sexta-feira, 10 de junho de 2011

CONCEPÇÃO DE CRIANÇA DESENVOLVIMENTO INFANTIL E DE APRENDIZAGEM

1



"Brincando a criança também aprende".
   A criança é um ser social e histórico, que faz parte de uma organização familiar inserida em uma sociedade caracterizada por uma determinada cultura.
É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca.
Tem na família, biológica ou não, um ponto de referência fundamental.
As crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres que sentem pensam o mundo de um jeito muito próprio.
Através das interações que estabelecem com as pessoas e com o meio que as circundam, as crianças revelam o seu esforço para compreender o mundo em que vivem e por meio das  brincadeiras revelam as condições de vida a que estão submetidas, seus anseios e desejos.
As crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as pessoas e o meio em que vivem.
O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação.
O Sócio-interacionismo, cujo principal expoente é o russo L.S. Vygotsky, acrescenta a ideia de que desde o seu nascimento as crianças desenvolvem face ao que existe uma verdadeira atividade de pesquisa: constroem hipóteses, tateiam, experimentam, testam, reajustam suas ações. Cada descoberta conduz à nova interrogação. O sujeito constrói conhecimento de forma ativa, desenvolvendo suas estruturas de inteligência e reconstruindo suas aquisições continuamente.
O Construtivismo e o Sócio-interacionismo consideram, em primeiro lugar, que a criança não é um “vir a ser”, um “pequeno adulto”, e sim um ser humano pleno e em desenvolvimento, que elabora hipóteses genuínas acerca do mundo que a rodeia; é produtor cultural e sujeito de sua ação, construindo seu próprio conhecimento. O conceito de criança “desestimulada” e “carente” também sofre mudanças. Nestas concepções, não existem crianças carentes ou desprovidas culturalmente, pois a cultura regional e familiar é valorizada, tão importante quanto a cultura dominante e letrada. Assim, a família passa a ser vista como competente para cuidar de seus filhos, com saberes próprios que devem ser respeitados, e a educação infantil complementa o papel desempenhado pela família e pela comunidade.
Quanto mais uma criança ouve e vê, mais quer ver e ouvir, pois as informações enviadas ao cérebro geram sempre conexões novas que as mantém sempre ativas. É tão significativa essa relação que, no prazo de dois anos, a criança aprende milhares de informações, e até uma língua complexa, apenas por ouvi-la. (ALMEIDA, 1995, p.30)
A criança, concebida através da abordagem sócio histórica é integrante de um processo de personalização do que estava socialmente dado em sua cultura e sua aprendizagem acontece de acordo com o seu acesso aos instrumentos sociais e formas de internalização por ela elaborada. Por isso as aprendizagens não se dão da mesma forma e na mesma escala cronológica.
A criança conhece da mesma forma que o adulto, ou seja, a ação exterior inteiramente interior, provocada pela necessidade, mesmo elementar, evoca o aprendizado. A percepção de um mesmo objeto evoca diferentes perguntas em uma criança, incapaz de classificar e em outra com mais idade, que pense de forma mais ampla e mais sistemática. (PIAGET, 1995: 14). Os interesses dependem das noções adquiridas e das disposições afetivas, que melhoram o equilíbrio cognitivo. O equilíbrio e desequilíbrio correspondem ao movimento intelectual entre sujeito/objeto. Assimilações e acomodações organizam o cognitivo, ampliam os esquemas, no plano da ação e depois no psicológico, inicialmente em desacordo com o nível intelectual do adulto.
A interação se dá através do outro mais experiente. A criança inclui estímulos ausentes do seu campo visual imediato, suas operações práticas são menos impulsivas e espontâneas do que as de chimpanzés, com a fala planeja, executa algo visível, assim, age num processo psicológico complexo, usando o signo, uma atividade especificamente humana. (VYGOTSKY, 2005: 43). A criança vendo e ouvindo ativa conexões novas no cérebro, apropria-se oralmente da língua materna, internaliza práticas sociais, manipulando a fala e outros instrumentos culturais, imita a análise intelectual, processo interpessoal, mesmo não a compreendendo completamente. Imitativamente inicia sua cognição, coloca seu pensamento num quadro de relações culturais. Nesse sentido, o biológico e o cultural, não são da mesma ordem, mas constituem uma história personalizada, construída de forma e em escala cronológica diferente, dadas as possibilidades de acesso aos instrumentos sociais.
A criança vivencia processos descontínuos, marcados por contradições, conflitos. Os estágios do seu desenvolvimento marcam-se por características específicas, demarcadas nitidamente, passam por sobreposição, mistura, confusão, numa ordem necessária, num ritmo descontínuo. (WALLON, 1981: 47). Nesse entendimento, o cognitivo e o afetivo marcam a atividade intelectual. O crescimento biológico traz progressos, as revoluções de idade, chorar, sorrir, movimentar-se, jogar, manifestações peculiares a infância que dão passagens para outros comportamentos, novas aprendizagens. A linguagem é preponderante no desenvolvimento, permite representar a ordem mais insignificante de uma sequência, organizar um discurso, não é a causa do pensamento, mas um suporte indispensável ao seu progresso.
A representação é possível pela linguagem, com ela opera-se sobre o ausente, adentra-se o mundo dos signos, ampliando o pensamento, unindo e separando. (WALLON, 1981:186). Esse processo é permeado pela dificuldade, conflito, crises de autoafirmação, oposições, que finalizam a infância e evocam a puberdade.

0


O primeiro passo é conhecer bem a criançada. Entender seus costumes e medos ajuda a elaborar o planejamento. "Quando percebem que o educador sabe coisas que as fazem se sentir bem, elas ficam mais calmas”.
Antes de receber a turma, é fundamental ler com atenção todas as informações contidas na ficha de anamnese (com histórico de saúde). Também é desejável fazer uma entrevista detalhada com a família. Durante o bate-papo, os pais podem esclarecer dúvidas e ajudar você e seus colegas a entender os hábitos da criança. "É um momento de ajuste de expectativas. É essencial escutar o que os familiares esperam e explicar os objetivos da instituição". Mostrar interesse pela criança é uma forma de tranquilizar os pais. Vale perguntar como é a rotina em casa, do que a criança gosta de brincar e de comer e se possui objetos de apego. A entrevista pode ser finalizada com uma visita pelos ambientes.
Bebês de até 10 meses estranham a creche, o modo como são colocados para dormir e a comida oferecida. É necessário prestar atenção nos aspectos sensoriais: deixar objetos pessoais, como mantinhas, chupeta e fronhas, junto ao berço ajuda na adaptação. A ausência dos pais não incomoda, mas a textura diferente do lençol do berço, a forma como são colocados para dormir, a temperatura da água do banho, sim.
Depois de completar 1 ano, a adaptação muda um pouco. O foco principal agora é fazer com que o bebê se acostume à ausência dos responsáveis. Por isso, é necessário alternar momentos em que os familiares estejam próximos e distantes da criança. Nessa idade, ela já começa a estranhar quem não conhece e estabelece vínculos com alguns adultos. Faz parte do processo, então, manter os rostos conhecidos ao alcance da visão do pequeno. A separação é feita aos poucos, intercalando momentos de aproximação e de ausência, até que o bebê se acostume à rotina na creche.
Outra estratégia para assegurar a tranquilidade é fazer um espaço para cada criança. Assim, ela entende que há um lugar coletivo, mas que também existe um cantinho só dela, com seus objetos de apego ou brinquedos. Isso faz com que se estabeleçam vínculos com o local. Também é importante definir uma rotina, com horários e regras, para que os pequenos se sintam amparados.
O choro nos momentos iniciais da separação é normal e deve passar logo, à medida que a criança percebe que é acolhida e compreendida. Caso o berreiro persista, isso pode ser sinal de insegurança. Outras manifestações de desconforto são o sono constante, a apatia e a recusa em comer. Reuniões e estudos periódicos permitem aprofundar o conhecimento a respeito do universo infantil e agir nesses casos. "A insegurança dos responsáveis influencia ansiedade dos pequenos. Por isso, os profissionais precisam estar preparados", explica Ana.
Cabe ao educador acolher os bebês, reconhecer seus sentimentos e fortalecê-los emocionalmente. "As ações devem estar voltadas para a apresentação do novo ambiente de uma forma delicada". "O que está em jogo é o compromisso em transformar os sentimentos de angústia presentes neste momento em segurança e afeto".

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ser criança é bom demais!!!!!

0